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Coordenador revela os segredos da comissão de frente da Beija-Flor

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Priscila Bessa

Augusto Vargas estreia no posto de coordenador da comissão. Ele contou ao iG o que o público pode esperar do desfile e falou da pressão em representar uma das favoritas ao título

Augusto Vargas, 39 anos, promete fazer história na Avenida no carnaval 2013. Ator de novelas como “Mutantes”, “Poder Paralelo” e “Vidas Opostas”, na Record, ele estreia como coordenador da comissão de frente da Beija-Flor. A escola é uma das mais tradicionais do carnaval do Rio de Janeiro e Augusto será o primeiro ator a encarar este desafio. O cargo na agremiação nilopolitana, até então, foi ocupado apenas por coreógrafos como Carlinhos de Jesus e Ghislaine Cavalcante.

Fã do trabalho de Paulo Barros (carnavalesco da campeã do carnaval 2012 Unidos da Tijuca), Augusto garante que irá inovar trazendo um espetáculo musical para a Marquês de Sapucaí. Para o ator e coordenador, os grandes trunfos de sua comissão serão a emoção através da história que será contada e o fato de ter retomado a participação da comunidade de Nilópolis como parte do elenco da comissão de frente. “Os coreógrafos costumavam trazer os seus bailarinos das próprias equipes. Fizemos o anúncio e foram mais de 600 inscrições. Eles vêm com a garra de estar levando a nossa região, de estar falando o nome da cidade deles e essa gana tem feita muita diferença”, conta Augusto, que também é de Nilópolis.

Quando o assunto é o que vai apresentar na Sapucaí, o ator e coordenador tenta manter o suspense, mas acaba entregando alguns segredinhos. Nesta entrevista ele fala sobre a pressão de assumir a comissão da Beija-Flor, conta como pretende lidar com os papéis de coordenador e ator já que decidiu participar do desfile na comissão de frente e conta o que podemos esperar do espetáculo da Beija-Flor na Avenida. A seguir, o papo de Augusto Vargas com o iG:

iG: Foi noticiado que a grande sacada da comissão de frente esse ano será o uso da nanotecnologia. O que pode contar sobre isso?
Augusto Vargas: A questão da nanotecnologia não chega a ser exatamente nano. São engrenagens bem pequenininhas para alguns elementos cênicos que serão utilizados na nossa comissão de frente. Não vai ser nada pirotécnico. Serão elementos tecnológicos que eu tenho certeza que vão revolucionar o carnaval carioca porque eu nunca vi nenhuma escola levar para o Sambódromo. Vão servir para sublinhar a história que estamos contando. A ideia do Laíla (diretor de carnaval da Beija-Flor) é fazer um grande teatro musical na Sapucaí. Mais para o lado da robótica do que para lâmpadas. São engrenagens que fazem o elemento ter vida na Avenida.

iG: Como será a fantasia da comissão de frente?
Augusto Vargas: O figurinista é o Edmilson Lima então todo o figurino vem com elementos cênicos que são de impacto visual também. São algumas cartas na manga que temos. Temos uma comissão de frente ousada.

iG: Quantos integrantes farão parte da comissão?
Augusto Vargas: Titulares serão 15 pessoas e mais um grupo de 6 reservas.

iG: Você além de coordenar irá participar da comissão de frente desfilando. Qual a expectativa para o desfile?
Augusto Vargas: Isso não estava claro para mim até dezembro porque estar de fora, coordenando um grupo de artistas muito grande, é uma grande tarefa. Além do elenco tem outros elementos como os figurinistas, etc. Coordenador tanta gente diferente não é uma tarefa fácil e eu tinha uma insegurança muito grande se eu daria conta de também estar em cena. Mas como conseguimos deixar tudo bem amarradinho, desde o início de janeiro comecei a ensaiar como ator.

iG: Qual será a sua maior dificuldade ao conciliar as duas funções?
Augusto Vargas: A minha maior dificuldade é me desligar na hora. Ver o fulano que não entrou na hora, a luzinha que não acendeu e saber que eu preciso me concentrar no meu papel e deixar, no dia, na mão dos meus assistentes. Preciso entrar muito concentrado. Preciso confiar que todos ali vão desempenhar bem as suas funções. Até porque se eu estivesse fora não teria mesmo como intervir.

iG: Você trabalhou em diversas novelas da Record. Como foi parar no mundo do carnaval?
Augusto Vargas: Eu sou nilopolitano então tenho já tenho uma relação com a Beija-Flor de muita proximidade. O Fran Sérgio, um dos carnavalescos da comissão de carnaval, estudou comigo na escola e crescemos juntos. Trilhamos caminhos diferentes. Eu fui para o teatro e ele para a arquitetura. Hoje ele é consagrado no mundo do samba. Ele já assistiu alguns espetáculos meus em que eu atuei e dirigi. Como a Beija-Flor é uma escola que pela tradição é uma das poucas que pode dar passos à frente para mudar o rumo do samba, ele pensou que ao invés de uma coisa tão balé poderíamos fazer teatro na Avenida. Antes disso fui pivô da antiga coreógrafa da Beija-Flor, a Ghislaine Cavalcante, por dois anos, em 2005 e 2006. Tive a experiência de estar com ela.

iG: No ano passado a comissão de frente perdeu um décimo por não ter se apresentado corretamente para o setor 3. Quais mudanças pretende fazer para que a comissão não sofra descontos esse ano?
Augusto Vargas: Quando entrei isso foi comentado e estamos nos planejando muito para fazer as saudações no setor 3. Porque existe uma saudação para o juiz de um lado e do outro tem a que deve ser feita para a arquibancada do setor 3. É uma obrigação. É regra, não é opcional. Hoje as escolas todas são tão equiparadas que qualquer décimo que se perca pode fazer perder o carnaval. Não dá para arriscar perder nada. Tenho me debruçado muito sobre toda a legislação para tentar entender porque têm regras que não são ditas e entendidas, que geram duplo sentido. Tentamos mandar qualquer dúvida para a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) para não deixar passar nada.

iG: Qual seria um exemplo dessas situações em que a legislação cria dúvidas?
Augusto Vargas: Pela regra o correto é ter no mínimo 10 e máximo 15 integrantes no elenco da comissão de frente, mas vemos o histórico de várias escolas como a Vila Isabel e a Unidos da Tijuca com números maiores. Quando a Tijuca fez aquela surpresa de colocar pessoas escondidas, por exemplo. A lei acaba não sendo completa por ser genérica e não cobrir todas as possibilidades. Com isso, acaba abrindo margem para dúvidas. Já teve precedentes de escolas anteriores de não cumprirem a lei ao pé da letra.

iG: Em 2011 a Beija-Flor foi campeã e em 2012 ficou em quarto lugar. A agremiação de Nilópolis é sempre uma forte candidata ao título e costuma ficar em boas colocações, o que aumenta a pressão porque cada décimo faz toda a diferença. Está preparado?
Augusto Vargas: Estamos trabalhando muito, tenho virado noite, acordamos e dormimos pensando na comissão. Tenho deixado meu elenco meio sobrecarregado de tanto que nos reunimos, ensaiamos e estudamos. É uma proximidade e intensidade muito grande de todos nós. Tem toda uma expectativa por ser a Beija-Flor e eu um estreante, com tantos nomes como Carlinhos de Jesus e Ghislaine Carvalho, que vieram antes de mim. “O que esse ator vai trazer? Que proposta é essa?”. Existe uma cobrança muito grande, mas a escola está acreditando demais na gente. Não tenho mais dúvidas que vai ser emocionante, que vamos levantar a plateia, até pelo ensaio técnico. Foi muito interessante porque mesmo sem o figurino, pela encenação, as pessoas ficaram muito encantadas. Então já consigo imaginar um feedback do que vai ser na hora que colocar os figurinos, tripé, elementos cênicos. Como aquilo ali tende a crescer.

iG: Vi o anúncio para a seleção dos integrantes da comissão e você pedia um perfil rústico. São apenas homens?
Augusto Carvalho: São homens e mulheres, mas precisávamos de perfis mais populares, com essa linha rústica. Quis muito o biótipo dos personagens para não ter que caracterizar tanto, para não mexer tanto no perfil das pessoas. Porque assim a pessoa passa mais verdade e entende melhor o que é aquilo porque já é a realidade dela.

iG: A emoção virá dos efeitos especiais?
Augusto Vargas: Vamos emocionar pelo tema tratado. Usamos efeitos, mas mais forte será a história que estamos contando. Vamos contar uma história com início meio e fim. Não vamos repetir movimentos soltos. É como se fossem quatro espetáculos. A cada evolução é uma parte da história que recomeça e concluo no jurado.

iG: Você convocou integrante de Nilópolis especificamente.
Augusto Vargas: É também a retomada da comunidade nilopolitana fazendo parte do elenco porque há muitos anos que as companhias traziam as suas próprias equipes e conseguimos resgatar isso através desse anúncio. Eles vêm com a garra de estar levando a nossa região, de estar falando o nome da cidade deles e essa gana tem feita muita diferença. Os artistas da terra ficavam excluídos do processo. Está todo mundo no mesmo barco. Se eu pedir 39 vezes para fazer eles fazem com uma boa vontade que é de emocionar.

iG: Eles recebem cachê?
Augusto Vargas: Sim. Tem um cachê mensal, alimentação, transporte, confecção de uniformes. Tem até um camarote na quadra da comissão de frente. Foram mais de 600 pessoas inscritas. Primeiro fizemos a seleção pelo material, avaliando currículos e fotografia, depois a etapa presencial onde olhávamos a técnica cênica e de dança. É um grupo eclético. Tem a Valéria Brito que é coreógrafa, o Cauã Vieira que fez The Voice Brasil e é bailarino do Barra Music, tem o Renato Borges que participou do Cirque Du Soleil e tem gente que pela primeira vez fará uma apresentação grandiosa.


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